É preciso falar sobre emendas impositivas no Maranhão

A liberdade é um valor muito caro em nossa democracia. Quando a população elege seus representantes, ela outorga muito mais do que um cargo de representação. As pessoas que acompanham nossas andanças no Maranhão convivem com realidades muito desfavoráveis, e o braço dos governos em todos os estados muitas vezes é insuficiente para que se crie uma referência, um link direto entre o chefe do Executivo e aquele cidadão da ponta. Ah, vivemos em um estado tão pobre que seria ilusório imaginar que a maioria de nossos irmãos e irmãs entendem o que é tripartição de poderes ou do que se trata de harmonizá-los!  As pessoas querem realizações!  Quem não tem água na sua torneira, quem convive com a poeira na porta de sua casa, quem não tem médico no posto de saúde do seu povoado, estas pessoas não querem conhecer os agentes responsáveis. Elas querem apenas respostas às suas demandas.

Os papéis de prefeito, de vereador, de deputado, de governador, muitas vezes se fundem como um único grande culpado, especialmente sob os olhares de quem não compreende as prerrogativas constitucionais. Apenas uma visão elitista das coisas e fatos poderia achar algo diferente do que falo agora. O povo, quando vota, deseja resultados concretos e não mais ideologia pura e simples. A fragmentação da imagem dos políticos não é resultado de escândalos recentes, mas sim de um acumulado de desgastes ao longo dos nossos anos pós-redemocratização. Prometemos muito e cumprimos cada vez menos. Os recursos públicos têm-se escasseado e aplicá-los corretamente cada vez mais é preciso. Fazer as ações chegarem até a ponta é indispensável.

O Orçamento Público compreende as receitas que um Governo estima arrecadar e a previsão de despesas que serão realizadas em um determinado exercício financeiro. A cada ano, o Congresso Nacional avalia as previsões do governo, discute-as e, posteriormente, aprova a Lei Orçamentária Anual, documento que guiará a aplicação dos recursos. O Brasil adotava o modelo de orçamento autorizativo, que indica ações predeterminadas para a aplicação dos recursos. Não havia, assim, obrigatoriedade direta no aporte de recursos, os quais podem ser contingenciados em determinadas situações, em respeito ao disposto na Lei de Responsabilidade Fiscal.

Em março de 2015, porém, o Congresso Nacional promulgou a Emenda Constitucional nº 86, que alterou os arts. 165, 166 e 198 da Constituição Federal para obrigar o Governo a executar as emendas parlamentares aprovadas pelo Congresso no Orçamento Anual. Tal prática foi denominada orçamento impositivo. Essas emendas são os recursos indicados por deputados e senadores para atender a obras e projetos em suas bases. Em 2019, aprovou-se ainda a PEC das chamadas “emendas de bancada” impositivas para grandes obras nos estados. O orçamento impositivo, desde então, tem sido um divisor de águas no restabelecimento da harmonia da relação entre o Executivo e Legislativo, pois na época do orçamento 100% autorizativo, as emendas parlamentares eram utilizadas de maneira irrestrita como instrumento de troca e amordaçamento do Poder Legislativo. No Brasil, onde não há um claro entendimento da ação de cada agente público, a população associa a quantidade de obras e serviços públicos “carimbada” por cada parlamentar como um atestado de trabalho concreto do mesmo aos olhos da população. É inimaginável uma visita de um parlamentar eleito a uma cidade do Maranhão no período da reeleição onde ele possa voltar em um palanque pedindo votos sem nada ter apresentado àquelas pessoas nos 4 anos de mandato. A certeza do pagamento das emendas tem facilitado o trabalho e a independência da Câmara, que não depende de acordos com o Executivo Federal para poder direcionar ações e recursos às bases que apoiaram e acreditaram em cada deputado.

Aqui no Maranhão, não restam dúvidas quanto ao sucesso do Governador Flávio Dino na condução de políticas públicas e na capacidade de dialogar de maneira republicana com o parlamento estadual. O sentimento da classe política no estado é o da necessária continuidade deste grupo e do aprimoramento da relação institucional entre os poderes. A reprodução do instituto das emendas impositivas em nossa Constituição Estadual vai fortalecer o Poder Legislativo, conhecedor profundo das necessidades dos maranhenses nos rincões do estado e garantirá, aos representantes eleitos pelo povo, o justo reconhecimento do seu trabalho nas centenas de municípios, elevando a um novo patamar a harmonia entre Legislativo e Executivo, cada vez mais em sintonia com os ideais democráticos no Maranhão.

Com aprovação de PEC, o povo poderá propor alteração na Constituição do Maranhão

Nesta terça-feira (07), a Assembleia Legislativa do Maranhão aprovou em segundo turno a Proposta de Emenda à Constituição que trata a possibilidade de a sociedade propor alterações na Constituição do Maranhão. É a PEC da Iniciativa Popular, de autoria do deputado estadual Dr. Yglésio (PDT). Com a aprovação da PEC, agora a sociedade de forma organizada poderá propor alterações na Carta Magna do Estado do Maranhão.

A PEC alterou o artigo 41 da Constituição Estadual e legitimou a iniciativa popular na proposição de emendas à constituição. Para o deputado estadual Dr. Yglésio (PDT), o povo de forma organizada também deve ter a garantia para alterar a Constituição Estadual. “O povo do Maranhão unido tem a legitimidade para propor alterações na constituição estadual. Mudamos a constituição do estado para que o cidadão possa muda-la e tenha cada vez mais força para decidir os rumos do nosso estado.”, destacou o deputado Yglésio.

Como vai funcionar

Para uma PEC de Iniciativa Popular ser apresenta à Assembleia Legislativa terá que ser subscrita por, no mínimo, dois por cento do eleitorado estadual, distribuído em pelo menos 18% dos municípios, com não menos de 0,3% dos eleitores de cada município. As subscrições poderão ser por meio eletrônico, conforme estabelecida por uma lei ordinária a ser criada depois da aprovação da Iniciativa Popular. 

O caminho do PDT em 2020

O PDT paga o preço dos vitoriosos nas eleições de São Luís. Só que vencer uma eleição é uma coisa, governar é outra. Peguemos o caso do atual prefeito, que se reelegeu em um pleito dificílimo contra um candidato de elevado controle emocional e discurso fácil, que se transformou no deputado mais votado da cidade. Hoje, este Eduardo Braide desponta como franco favorito nas eleições, porém a história já mostrou “bichos-papões” que nascem do sentimento antissituação e que, confrontados com uma nova leva de candidatos, terminam sendo desmistificados e desidratam. Eduardo é o favorito? Sem sombra de dúvidas. Ele é imbatível? Jamais!

​Um dos pilares de enfrentamento desta eleição será a avaliação do legado do PDT na cidade. Mesmo com um prefeito filiado à sigla, só é possível ao partido assumir os resultados das pastas que lhe cabem. A verdade é que há muitos anos o PDT não lidera as principais políticas públicas na capital. Crises financeiras atravessamos, porém isso não pode ser desculpa. O enfrentamento de algumas questões cruciais como transporte, folha de pagamento, custeio de máquina, aumento de arrecadação não foram feitos. Quatro anos de Castelo, 6 anos de Edivaldo colocaram o partido em posições secundárias, pois a maioria das secretarias-chave abrigam uma maioria de não-políticos. O pedetista que se destaca hoje na gestão Edivaldo é o Ivaldo Rodrigues, com a excelente feirinha do centro. E praticamente para por aí…

​A Imprensa insiste em dizer que nossos candidatos não têm condições de crescer no pleito; seja Osmar Filho, que é presidente do legislativo municipal ou o deputado Yglésio, autor deste texto, que foi o sexto estadual mais votado na cidade e que tem um histórico considerável de serviços, especialmente na saúde. Osmar tem buscado modernizar a Câmara Municipal. No caso do autor do texto, este tem atuado na modernização da Assembleia e obtido êxito na implantação de um trabalho Legislativo extremamente técnico. Em pesquisas de opinião recentes, ambos os pré-candidatos pedetistas pontuam aquém do que gostaríamos, mas se tem algo que as eleições de São Luís ensinam é que, mais importante que pesquisas muito distantes do pleito, é fundamental um perfil de candidato que agregue coragem, conhecimento e responsabilidade, sem esquecer do carisma. Sabemos que cresceremos.

​Outro ensinamento histórico é que os ilusionistas e atores de picadeiro que costumam largar na frente são desmascarados no curso do processo; seja nos debates ou nos fóruns de discussão perante a classe política, permitindo ao povo separar joio do trigo. Ter 20 ou 30 pontos em uma pré-campanha onde o nível de conhecimento das pré-candidaturas é pequeno, distancia os coelhos na corrida inicialmente, mas algo que tem sido muito claro é que as tartarugas, com consistência e passos firmes, terminam vencendo as competições. Dino com 2% em abril de 2008, Edivaldo com 2% um ano antes da eleição de 2012, Witzel no Rio com 1% em agosto de 2018, Haddad iniciando com 2% em 2012 em São Paulo. Em comum, todos desacreditados na largada… ao final, quase todos vitoriosos. Neste momento, imperioso é respeitar a grandeza do PDT de Jackson e de Brizola em São Luís. Estamos no jogo, sabemos jogar e jogamos sempre pra vencer!