Yglésio é oficializado candidato a prefeito de São Luís

O PROS (Partido republicano da Ordem Social) oficializou o nome do deputado estadual Yglésio Moyses, médico cirurgião e presidente municipal da sigla, como candidato da legenda à prefeitura de São Luís. A convenção do partido, realizada na noite de ontem (11), também oficializou o nome do Dr. Mauro César, que é médico oftalmologista, à vice-prefeitura pelo mesmo partido.

O Yglésio Moyses fez um discurso emocionado aos presentes e à imprensa, dizendo o porquê de querer ser prefeito.

“Eu quero ser prefeito porque, ao lado do meu companheiro Mauro, vou cuidar das pessoas. Eu não me conformo em chegar ao Socorrão I e ver todas aquelas pessoas que, muitas vezes, vêm de longe em busca de tratamento, em macas pelos corredores do hospital. A gente não pode se conformar em saber que lá na Portelinha existem pais e mães de família vivendo em uma situação degradante, sem saber o que vão dar de comer aos filhos no dia seguinte porque não tem renda; não tem trabalho; não tem oportunidade”, disse. “No dia em que eu me conformar com essa situação, vocês podem ter certeza de que eu morri por dentro e a vida passará a não fazer mais sentido!”, exclamou emocionado.

A convenção do Pros, assim como todas as reuniões do Papi realizadas pelos candidatos, seguiu todos os protocolos de segurança sanitária determinados pelas autoridades em saúde, como mesmo destacou o Dr. Mauro César, candidato a vice-prefeito.

“Não se admirem com o tamanho dessa convenção. Nossa proposta foi fazer uma convenção da forma que ela tem que ser feita: para os convencionais, para alguns convidados, como fizemos aqui. Nós não podemos fazer aglomerações em busca de mostrar força, como muitos têm feito por aí”, disse. “A nossa demonstração de força será na proposta, na palavra e no exercício da nossa campanha”, completou o candidato.

O candidato Yglésio Moyses também destacou que a sua campanha será com as pessoas e não está ligada a nenhum líder político fora do partido.
“O nosso compromisso desde a Assembleia (Legislativa) sempre foi com as pessoas e o nosso trabalho sempre será para a população. Nós não estamos ligados a nenhum outro partido político porque, quando vencermos essa eleição, o único interesse da nossa gestão será cuidar das pessoas. Se cuidarmos da nossa gente como ela merece, cuidaremos da nossa cidade!”, exclamou o candidato.

Foi perguntado ao Mauro César, em caso de eleição, como ele classificaria a gestão da chapa à frente da prefeitura.

“Se for resumir em uma palavra a nossa gestão, eu queria que ela fosse classificada como surpreendente! Essa que é a ideia: fazer com que as pessoas se admirem”, respondeu. “Quanto que era possível fazer e não foi feito por nós?”, questionou.

Com a confirmação das candidaturas, a agenda dos candidatos será intensificada a partir da próxima semana, fortalecendo, principalmente, as reuniões do Programa de Apoio à Primeira Infância, o Papi, principal bandeira de campanha, ouvindo as pessoas nas comunidades mais carentes da capital maranhense, pois, segundo os candidatos, “não basta criar projetos e implantá-los; é preciso, antes, ouvir quem será beneficiado”.

O Imparcial: Yglésio, pré-candidato a prefeito de São Luís, fala sobre Geração de Emprego e Renda

Dando continuidade à série de entrevistas do jornal O Imparcial, intitulada: “A pergunta é…”, direcionada semanalmente aos pré-candidatos à Prefeitura de São Luís para que possam responder sobre diversos temas inerentes ao cotidiano da população da Ilha. A pergunta desta semana é: “Diante da crise econômica que o país atravessa e o agravamento desse setor, por conta da pandemia do novo coronavírus, qual o seu projeto para geração de emprego e renda voltado para a população ludoviscense?

Confira como o pré-candidato Dr. Yglésio (PROS)

Antes da pandemia, nos dois primeiros meses do ano o Brasil mostrava sinais de recuperação econômica com um aumento de 50% de criação de novos empregos comparado ao mesmo período do ano passado. A crise sanitária representou a perda de 1,5 milhão de empregos. Temos que destacar, por outro lado, que a crise da pandemia só veio para agravar um sério problema que temos em São Luís: o de geração de emprego e renda.

Por onde passo e converso com as pessoas percebo que os nossos jovens não têm oportunidade de um emprego há muito tempo, a capacitação e falta de experiência são entraves na hora de conseguir uma oportunidade no mercado de trabalho. Os últimos anos castigaram nossa economia, atingindo até os profissionais com mais capacitação. As mulheres são muito vulneráveis, quando elas têm mais idade é quase impossível que sejam reinseridas no mercado. Por ouvir essas pessoas e entendê-las, temos que desenvolver políticas públicas que estejam em consonância com a necessidade dos ludovicenses.

O comércio e o setor de serviços foram um dos mais atingidos durante a pandemia. Como recuperá-los? Entendendo a vocação que a cidade tem. A Prefeitura tem que ser uma parceira dos empreendedores, incentivar a atividade empresarial e consolidar um ambiente de novos negócios, com segurança jurídica para que a iniciativa privada tenha interesse em se instalar em São Luís e gerar emprego para nossa gente. Eventuais propostas que versem sobre redução de alíquotas tributárias não significam que vamos arrecadar menos, pelo contrário, o retorno em geração de emprego pode ser muito mais benéfico ao município que mera ampliação do erário.
Não podemos enxergar o emprego informal como um inimigo da gestão municipal, os ambulantes não são criminosos, são pessoas que querem trabalhar, querem renda. Quando tiramos essa opção de renda, oferecemos a criminalidade como saída e isso é inaceitável. Temos que ouvi-los, trazer para perto da Prefeitura e oferecer consultoria técnica. O diálogo é essencial para que essa atividade seja respeitada e seja transitória, mostrando que a formalidade oferece vantagens para esses trabalhadores.

Vou criar Centros de Apoio ao Trabalhador e ao Empregador, que funcionarão como uma rede de atendimento para aqueles que buscam orientação e inserção no mercado de trabalho. É necessário promover, por meio destes centros, o fomento ao empreendedorismo e autoemprego, além de prestar atendimento ao cidadão para apresentar a formalidade do trabalho e orientar sobre questões trabalhistas e previdenciárias.

O que São Luís espera do próximo prefeito?

Durante muito tempo, São Luís tem escolhido seus gestores pela marca do carisma. Os planos de governo durante as campanhas são muitas vezes maquiagens de promessas que nunca serão cumpridas. O resultado inequívoco de tantas piruetas de marketing muitas vezes é a decepção da população, que tem prazos variáveis para ocorrer. De seis meses de governo a um período de oito anos, a verdade é que a prefeitura de São Luís tem sepultado muitos gestores, ao término do mandato. A única exceção a esse mantra talvez tenha sido o Dr. Jackson Lago.

Nossa Ilha é indiscutivelmente rebelde e essa rebeldia da capital costuma culminar, no período eleitoral, com a busca de perfis políticos que representem a ruptura com a ordem política instaurada. Isso obviamente tem consequências boas e ruins. As boas estão ligadas à possibilidade de ruptura com gestões inegavelmente fracas e a possibilidade de oxigenação do processo. Várias vezes as máquinas dos Leões e do La Ravardière foram vencidas, mostrando que o povo de São Luís sabe ser, a seu modo e a seu tempo, soberano; as ruins estão relacionadas à possibilidade de candidatos vazios, maquiados com as tintas do bom-mocismo e das críticas ácidas à política, terem oportunidade de ascender politicamente e, quem sabe, até vencer um pleito.

Estamos em um período de pré-campanha, onde geralmente os postulantes colocam seus nomes na discussão e trabalham, nos bastidores, para viabilizar um projeto de grupo político e partidário. Alguns tentam fugir da regra e se apresentam como apolíticos, inovadores. Digo, sem medo de errar, que são charlatões. Charlatanismo é enganar, fingir-se possuidor de soluções mágicas que lhe conferirão poderes sobre-humanos, abusar da credulidade alheia. Na última eleição, um candidato que até então era um ilustre desconhecido na Ilha, apresentou-se como a novidade da política no estado. Vejam vocês: desde quando a transmissão hereditária de mandatos parlamentares é novidade no Maranhão? São os mistérios da vida…

Acontece que, desde a última eleição, três anos se passaram e o tal representante da nova política não apresentou qualquer discussão de relevância sobre a cidade que quer ser prefeito e está aqui, a 11 meses do pleito, tentando ganhar o jogo sem colocar a chuteira e cair em campo. Só que 2020 não será 2016… O pleito do próximo ano, após dois mandatos de Edivaldo, colocará à prova perfis políticos muito diferentes de uma mesma geração. Os debates certamente não serão voos solo de um candidato desconhecido em cima de outros seis ou sete nomes. A população analisará biografias políticas e profissionais sim, mas muito mais do que isso, o momento exigirá de cada postulante profunda capacidade de validar os seus planos de governo.

Quando visitamos outras capitais, podemos observar que, mesmo com mudanças de gestões ou alternância de grupos políticos, as cidades seguem uma linha bem definida de desenvolvimento e de continuidade das políticas públicas. As cidades desenvolvidas compartilham a marca de gestores que não buscam, a cada quatro anos, a reinvenção da roda. Fundamental é o acerto na escolha do perfil do prefeito e isso só acontecerá com o debate sério no período da campanha. Troca-troca de fake news, baixarias nos canais profundos da internet, fábricas de memes, toda essa política de desinformação deve ser combatida e substituída pelo confronto de projetos e soluções para a cidade. É inadmissível que se construa um prefeito com base em ataques pessoais e baixarias de toda sorte.

São Luís espera que seu próximo prefeito seja um cidadão com espírito público elevado, capacidade técnica reconhecida e veia política aguçada. Alguém com disposição e coragem para enfrentar os problemas da cidade e avançar nas políticas públicas, com um planejamento claro do que vai ser feito em cada etapa dos 4 anos de gestão, com vistas a melhores indicadores sociais e econômicos, capazes de nos conduzir a um futuro de prosperidade. A população, que acorda cedo todos os dias, não aguenta mais morosidade, falta de transparência pública e desorganização administrativa. São Luís não é para amadores!!!

São Luís não é para amadores

Na última semana, causou surpresa à população de São Luís a interdição de todo terminal da Praia Grande, que se transformou (logo após chiadeira geral de usuários e empresários) no fechamento de apenas duas plataformas do referido terminal…a mim, o infortúnio não causou qualquer surpresa. Em 12 de junho de 2019, protocolei indicação à Prefeitura de São Luís e ao Sindicato de Empresas de Transporte (SET), após receber laudo de engenharia condenando a estrutura do terminal. A verdade é que há uma falha evidente na relação entre Prefeitura de São Luís e SET. O custeio da reforma da estrutura do terminal e a assunção dessa responsabilidade têm sido o centro do litígio na justiça estadual entre o Palácio de La Ravardière e o empresariado do transporte. No meio do conflito, vidas humanas que custeiam um sistema de transporte sucateado, que periclita a vida dos usuários.

Criou-se a falsa premissa que fazer política de mobilidade urbana em São Luís é substituir frota de ônibus velho por veículos com ar-condicionado. Misto de engano com propaganda ruim. Política de mobilidade urbana é pensar a cidade de modo que o cidadão consiga chegar em seu trabalho, em sua casa, que os estudantes vão e voltem para a escola num espaço de tempo menor possível, com um trânsito de veículos e pessoas que seja humanizado e sustentável. São Luís não conseguiu traçar um caminho mínimo em direção a uma política de transporte que integre modais, que divida adequadamente o fluxo, que conscientize motoristas e pedestres.

Perceberam que esqueci dos ciclistas? Pois é, foi intencional… não temos qualquer tipo de política para bicicletas em uma capital com mais de 1 milhão de habitantes. Sabe por quê? Porque paramos no tempo, preocupados apenas com ar-condicionado nos ônibus, asfaltamento de péssima qualidade e tapa-buracos. É muito pouco para uma cidade com orçamento de 3,1 bilhões de reais. Para que se tenha ideia, é um orçamento discretamente superior ao de Teresina (3 bilhões), porém na capital vizinha foram destinados cerca de 700 milhões de reais em investimentos (mais de 20% do orçamento). Convido qualquer um dos leitores a conhecerem a capital do Piauí e verificarem que paramos no tempo em termos de modelo de cidade. Alguém poderia dizer: “ah, mas Teresina foi planejada!”. Verdade que foi planejada, mas a grande diferença entre a capital vizinha e a nossa cidade é justamente a fortunada sequência de gestões municipais com espírito desenvolvimentista, isto é: prefeitos em sequência que quiseram trabalhar de fato e estavam preparados para isso.

Respeito muito a figura do prefeito, amigo querido, homem de bem, mas silenciar neste momento não é opção. Edivaldo marcou um “gol de placa” quando conseguiu viabilizar cerca de 250 milhões de reais em empréstimos para investimentos, especialmente em infraestrutura: asfalto, reforma de praças e mercados, dentre outros. Erra de maneira retumbante ao não apresentar de maneira transparente e objetiva o plano de aplicação desses recursos. A cidade precisa saber claramente para onde vai cada centavo desses empréstimos e qual o cronograma de execução. A gestão nanica da SEMOSP dos últimos anos será agora testada. Sinceramente, não creio que o atual titular da pasta seja o homem para conduzir um programa de tal magnitude. O legado de Edivaldo, que deve definir os próximos anos de sua vida pública, está diretamente relacionado ao resultado positivo e impactante do “São Luís em Obras” … é a bala de prata do prefeito.  Diante disso, o momento é de profissionalizar a máquina pública!

Voltando ao problema do sistema de ônibus, há uma bomba-relógio em breve para ser detonada. As empresas perderam mais de 21% da venda de passagens mensal desde o início da licitação. Os motivos? Aplicativos como Uber e 99, sem esquecer do grande vilão do transporte público: a informalidade. Nesse quesito, a Prefeitura tem sido extremamente ineficiente na tentativa de combate-lo. O SET também precisa melhorar a gestão das empresas consorciadas. Os curtos/médios prazos imporão desafios decorrentes da própria mudança de modelo, já datado: redução de cobradores, quem sabe até a substituição total deles. Em meio a tudo isso, questões trabalhistas, econômicas e até humanitárias. Para solucionar os problemas, é preciso muito mais do que vontade dos gestores, necessita-se urgentemente de um plano de mobilidade urbana audacioso, com atores comprometidos e capazes de enfrentar os velhos paradigmas do transporte de São Luís. É preciso enfrentar as pressões políticas que querem criar e/ou manter linhas com baixíssima ocupação e que apenas geram prejuízos ao sistema; muito mais do que pequenos curativos, é fundamental o comprometimento com a solução sistêmica. São Luís pode e deve vencer o desafio de virar a página do transporte público ineficiente e desumanizado… é o que a cidade precisa e que o povo merece. Chega de amadorismo!