“Quanto mais falamos, mais encontramos abusos”, diz deputado Yglésio sobre escolas particulares

Pouco antes do novo ano letivo os pais de alunos das escolas particulares de São Luís foram surpreendidos pelo valor abusivo dos materiais escolares, em especial o livro de inglês que foi apresentado como um ingresso ao estudo bilingue. O que tem chamado atenção, porém, são as novas denúncias.

“Queria voltar aqui para dar boas notícias para pais de alunos de escolas particulares de São Luís, mas cada vez que falamos do assunto ficamos mais perplexos com novas denúncias!”, disse o deputado Dr. Yglésio em novo vídeo sobre o tema nas redes sociais.

O parlamentar relatou que recebeu denúncia de que escolas estão com “profissionais sem formação na área de educação, livros comprados e não entregues, escolas que adotam programas bilingues e vendem como escolas bilingues, taxas para utilizar o iPad na escola, estratégias para vender mais uniformes”.

Em todo o vídeo, o deputado Dr. Yglésio discorre sobre o que tem acontecido nas escolas particulares. O parlamentar disse que o business está sobrepondo o caráter pedagógico das escolas. “As escolas viraram shoppings”, acusou na publicação.

Em duas escolas de São Luís, segundo o parlamentar, a coordenação do programa e ensino bilingue não está a cargo de um profissional da educação. “Algumas escolas possuem professores e até mesmo coordenadores sem formação acadêmica ou sem formação na área de educação”, denunciou.

Mesmo a venda do livro de inglês ser comercializada em separado, os kits de apostilas contêm um livro de inglês. O parlamentar testemunhou que ou as escolas tiram o livro de inglês na hora da entrada (sem dar o devido desconto), ou mesmo, entregam o livro de inglês e justificam ser um “brinde” da escola, já que o livro usado será o do “bilinguismo”.

Diferença entre programa bilingue e ensino bilingue em escolas particulares

Outro ponto esclarecido pelo parlamentar foi a diferença entre o programa bilingue e o ensino bilingue. “Em programas bilingues o foco é na língua, o inglês como segunda língua”, explicou o Dr. Yglésio. “É irresponsável dizer que uma escola que trabalha 45 minutos de inglês diariamente tenha o mesmo efeito de um curso de inglês… a começar pela quantidade de alunos por turma”, provocou ainda.

Já o ensino bilingue tem um trabalho em imersão, ou seja, um ambiente totalmente em segunda língua. Além da disciplina inglês, outras matérias são ensinadas no idioma estrangeiro. “O foco é o EMI (English médium of Instruction) – conteúdos sendo trabalhados em inglês. É uma aprendizagem mais significativa e com muito mais ampliação do vocabulário.”, discorreu.

Para o parlamentar o problema não está no programa bilingue, mas na divulgação deste novo método educacional.

“Não somos contra programas bilingues. Mas escolas tem que diferenciar o que é cada método! Tem muito pais e mães sendo enganados, pensando que seu filho vai terminar o ensino médio fluente em inglês!”, finalizou.