Dr. Yglésio continua debate sobre criação de consórcio de abatedouros no Maranhão

Sob a presidência do deputado Dr. Yglésio (PDT), a Comissão de Assuntos Municipais e Desenvolvimento Regional realizou, na tarde desta quarta-feira (12), mais uma rodada de discussão em torno do problema dos matadouros clandestinos no Maranhão. Da reunião, participaram representantes da Agência Estadual de Defesa Agropecuária (AGED), Vigilância Sanitária Estadual, Federação dos Municípios do Estado do Maranhão (FAMEM), Ministério da Agricultura, Conselho Regional de Medicina Veterinária e empresários do ramo de carne bovina.

Durante a reunião, foi anunciada a existência de 372 abatedouros clandestinos, espalhados por todas as regiões do Estado. “Isso é uma questão séria, de saúde pública e tal problema precisa ser equacionado o mais rápido possível”, disse Dr. Yglésio, numa de suas intervenções junto aos interlocutores.

Os participantes chegaram a um consenso em torno da criação de consórcios regionais para a manutenção de abatedouros que venham a funcionar dentro das normas técnicas exigidas pela legislação.

De acordo com o deputado, o objetivo desses encontros é criar estratégias para que se possa colocar em prática um plano de ação, visando à comercialização da carne bovina de procedência legal, obedecendo as condições sanitárias exigidas em lei.

Ele disse que o problema concentra-se com maior intensidade nos pequenos municípios, onde o alto custo da construção e manutenção de um matadouro leva geralmente à comercialização da chamada carne do boi do mato, que é abatido sem as mínimas condições de higiene.

Com relação ao elevado custo de construção e manutenção de matadouros, Fabíola Mesquita, da AGED, foi bastante enfática: “Não há requisitos mínimos sobre exigências técnicas para abatedouros. O abate deve ser feito com pistola pneumática, que custa R$ 20 mil a unidade, uma serra elétrica chega a R$ 50 mil, uma câmara fria R$ 200 mil e uma caldeira R$ 300 mil, fora a planta do projeto, orçada em R$ 1,5 milhão”, afirmou.

Já a representante da FAMEM, engenheira agrônoma Rita de Cássia Cunha, explicou que a entidade vem planejando há algum tempo, junto aos prefeitos, a regionalização de abatedouros, alegando que tal estratégia reduz custos e insere todos os municípios num sistema de oferta da carne de qualidade, evitando problemas de saúde pública. Ela também apoia o sistema de consórcios, agregando as prefeituras e a classe empresarial.

O deputado Ciro Neto (PP) também se mostrou favorável à criação de consórcio e deu exemplo: “Sou de Presidente Dutra e tenho exemplo em casa. Meu pai, o atual prefeito Juran Carvalho, é veterinário e por muitos anos dirigiu o escritório da AGED. Na nossa região, existem dois abatedouros que não cumprem todas as normas exigidas.

Em Presidente Dutra, são abatidos, em média, 30 animais ao dia, enquanto em Tuntum, a menos de 30 quilômetros, esse número chega a 15. Já em Dom Pedro, são 8 e em Santa Filomena, apenas um boi por dia, contra cinco em Gonçalves Dias. A criação do consórcio seria ideal, porque estamos próximo às BRs 135 e 222. Esse produto chegaria com mais facilidade aos outros municípios da região, com a junção do poder público a iniciativa privada”, salientou o deputado.

Também participaram da reunião o deputado Rildo Amaral (Solidariedade), a presidente do Conselho Regional de Medicina Veterinária, Fabíola Mesquita, a auditora federal do Ministério da Agricultura, Rebeca Menezes, Marcelo Falcão, coordenador da AGED, Luis Rodolfo Barata Rodrigues, secretário adjunto de Apoio Institucional da Secretaria de Estado de Indústria e Comércio e os empresários Manoel de Jesus Mendes, de Turilândia, Edson Feliciano Silva, de Açailândia e Edilberto Régis Lopes, de Tutóia.

Dr. Yglésio volta a pautar a situação dos abatedouros na Comissão de Assuntos Municipais e Desenvolvimento Regional

A Comissão de Assuntos Municipais e Desenvolvimento Regional da Assembleia Legislativa do Maranhão retomou, nesta terça-feira (7), a discussão sobre a atual situação dos abatedouros clandestinos no Maranhão. Da nova reunião participaram os deputados Dr. Yglésio (PDT), que é presidente da Comissão e autor da proposta para tratar do assunto; César Pires (PV); Antônio Pereira (DEM); Ciro Neto (PP); Wendell Lages (PMN); Carlinhos Florêncio (PCdoB); e Adelmo Soares (PCdoB).

Durante toda manhã, o problema dos abatedouros clandestinos foi discutido pelos parlamentares e representes de vários órgãos e entidades. O presidente da Comissão explicou que, para dar prosseguimento à discussão do assunto, foram convidadas as demais entidades envolvidas na questão, como o Conselho Regional de Medicina Veterinária (CRMV), Sindicato dos Servidores da Fiscalização Agropecuária, Federação dos Municípios do Maranhão (Famem), Vigilância Sanitária e a Agência Estadual de Defesa Agropecuária do Maranhão (Aged).

Ao final, Dr. Yglésio anunciou que ficou decidido que será feito um grupo de trabalho, envolvendo os vários segmentos, em busca de resultados em benefício da saúde da população. De acordo com o presidente da Comissão, outra proposta é investir em campanhas de conscientização para esclarecer sobre as doenças decorrentes do consumo deste tipo de alimento, uma vez que a ignorância sobre o assunto ainda é grande junto à população.

Mais recursos

Outros deputados destacaram, também, a importância da realização da reunião e fizeram relatos de que vários municípios enfrentam problema de saúde pública por conta da comercialização de carnes oriundas de abatedouros clandestinos. O deputado Adelmo Soares, que foi secretário de Agricultura Familiar do Estado, e o deputado Carlinhos Florêncio defenderam parcerias para resolver o problema para que haja a valorização da cadeia produtiva e a saúde das pessoas.

Já César Pires enfatizou que os participantes lembraram que as Prefeituras não têm recursos para construir e para manter os abatedouros. O parlamentar defendeu que o Governo Estado banque os projetos, e que sejam apresentadas emendas de bancada ou individuais.

Dr. Yglésio recordou que, no dia 23 de abril, a Comissão de Assuntos Municipais iniciou a discussão acerca dos abatedouros no Estado do Maranhão, em reunião realizada na Sala de Comissões da Assembleia Legislativa.

Situação dramática

Os representantes de órgãos e entidades fizeram relatos dramáticos sobre o grande problema de saúde pública enfrentado no interior do Estado, uma vez que, dos 217 abatedouros, apenas 20 estão regularizados. Vários relatos foram feitos, começando pela presidente da Aged, que defendeu a montagem de uma grande unidade, envolvendo todos os segmentos, para resolver o problema e com a finalidade de garantir a qualidade no fornecimento de alimentos de origem animal, através do combate ao abate clandestino.

De acordo com a presidente da Aged, a responsabilidade deve ser compartilhada com parcerias como com as Vigilâncias Sanitárias Municipais e elogiou a iniciativa da Comissão de Assuntos Municipais.

Outra que abordou a questão foi a engenheira agrônoma da Famem, Rita de Cassia Neiva, que lembrou que, desde o ano passado, são discutidas parcerias para garantir o abate de qualidade e que é preciso ter a população do lado dos gestores. Ela também contou que, para evitar que as populações fiquem contra as fiscalizações, investindo contra os fiscais, foram feitos vídeos mostrando os perigos do consumo de carne contaminada.